Segundo Galdino, os filhos são as grandes vítimas quando os pais não chegam a um acordo amigável sobre a guarda das crianças
Na mesma ocasião em que falou sobre o assalto em que levou um tiro e todas as consequências que esse episódio teve em sua vida, o professor Galdino Andrade Filho, do Departamento de Microbiologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), fez um relato de sua experiência em outro âmbito, também pessoal, mas que afeta muitas pessoas – a questão do direito do pai, em casos de separação de casais, à convivência e à participação na educação do filho, quando este (como acontece quase sempre) fica sob a guarda da mãe.
Ele viveu o drama do pai que, depois de separado, encontra grandes obstáculos em exercer esse direito devido à desobediência da mãe ao acordo estabelecido em juízo. "Muitas vezes a mulher usa o filho como arma para vingar-se do marido, para chantageá-lo. Aí o pai procura o apoio da Justiça, mas não encontra. O Judiciário tem um preconceito enorme contra os homens em casos de família. Nem a Lei da Guarda Compartilhada resolveu isso, ela não é aplicada. Os juízes, na verdade, preferem ser cúmplices das mães. Porque, se acontece um problema com a criança quando está com o pai, a imprensa, que também é preconceituosa, vai cobrar o juiz, e ele não quer essa responsabilidade", afirma.
O professor se separou quando seu filho, de 11 anos, tinha 2. Hoje ele é amigo da ex-mulher, mas passou por grandes dissabores logo após a separação. Para enfrentar essa situação, encontrou ajuda em ONGs, das quais se tornou colaborador. Vira e mexe, o professor Galdino compartilha textos sobre esse assunto com os outros participantes da lista de discussão da comunidade universitária da UEL na internet.
O professor Galdino lembra que os filhos são as grandes vítimas desse tipo de problema entre os pais, pois são eles que, a longo prazo, sofrerão as piores consequências psicológicas. Ele próprio se coloca à disposição para colaborar com informações e apoio a quem estiver vivendo situações como essa. Seu e-mail é andradeg@uol.br.
Sobre o tema, Galdino Andrade Filho deu o seguinte depoimento:
"Nós, no Brasil – no mundo inteiro, mas vou falar do Brasil – vemos o drama dos pais para continuar convivendo com os filhos nos casos de separações. Fala-se muito nos direitos das mulheres, mas, neste caso, as vítimas são em geral os filhos e o pai. Por quê? Primeiro, o Judiciário tem um preconceito imenso com relação a nós. Nós conseguimos, depois de muita luta, fazer passar a Lei da Guarda Compartilhada, que, no entanto, o Judiciário não está cumprindo. A lei diz, por exemplo, que o pai vai participar de todas as atividades da educação do filho, e que, se os pais chegarem a um bom nível de convivência, o filho fica livre para dormir na casa de um ou de outro. Mas essa flexibilidade não existe na prática.
A mulher se passa por vítima, e os advogados das mulheres são craques em defendê-las. O homem, quando entra numa vara de família, não tem direito nenhum. O único direito que você tem é, na verdade, um dever: o de provedor. De resto, nada. Se a mãe desrespeita o seu direito de visita, você pode entrar com uma petição. Quando você começa a repetir as petições, ela te acusa de estar tumultuando o processo. E aí é uma chantagem em cima da outra, ela não cumpre nada.
Os promotores, e principalmente os juízes, são cúmplices dessa barbaridade. É muito mais cômodo para eles dar a guarda e os demais direitos para a mãe. Porque se ele der para o pai e acontecer um probleminha – um acidente com o filho na casa do pai, por exemplo – a imprensa, que também é preconceituosa, irá cobrar. "Está vendo, foi a negligência do pai". Se o filho sofre uma queimadura, se quebra um braço na casa da mãe, é uma coisa. Se é na casa do pai, sai até no Jornal Nacional. Esse preconceito contra o homem existe.
O que leva algumas mulheres a querer impedir a convivência do filho com o ex-marido?
O que leva algumas mulheres a querer impedir a convivência do filho com o ex-marido?
Por outro lado, não sou só eu que tenho o direito de ser pai, o meu filho tem o direito de ter o pai. E a convivência com o pai é muito importante, principalmente quando se trata de um menino. A presença masculina dá outro enfoque na formação do caráter, da personalidade.
O que pais e mães que estejam enfrentando essa situação devem fazer é buscar o diálogo. Por mais difícil que seja, busquem o diálogo e protejam a criança da animosidade existente entre eles. Busquem como objetivo, manter a estabilidade emocional e a felicidade da criança, independente das brigas que existam entre eles. Posso dizer que, no meu caso, as coisas se resolveram com diálogo provocado por mim. Não quero posar de santo, também tenho meus defeitos. Mas resolvemos nós os nossos problemas, com a visão de que a criança não tinha nada com eles. “O tempo vai diluindo as dores”.
Infelizmente, nem sempre o diálogo é possível. Seria perfeito se isso acontecesse mas a distância entre a teoria e a prática chama-se abismo.
ResponderExcluirSou pai de um menino de dois anos e antes de completar o primeiro aninho, me separei da mãe dele por vários motivos. Desde então, a mesma possui atitudes que passam desde a ida para outro estado tendo como desculpa haver encontrado trabalho a até calúnias e mentiras através de redes sociais. Afirma, à alto e bom som de que foi ela quem terminou...
Uma determinada hora, envia email querendo ser "amigável" mas em outras demonstra surtos de falta de educação e caráter.
Então, como haver diálogo com alguém assim?
Lamentavelmente, Justiça não existe nesse país. Vários advogados que consultei disseram a mesma coisa em uníssono: "você não ficará com a guarda exceto se ela for drogada ou prostituta que trabalhe na frente do teu filho."
Hoje, a mesma está com outro, em outro estado e na qual até mesmo ameaças de morte já fez a mim. E mesmo assim a 'justiça' brasileira mantém uma criança nas mãos de uma "mãe" que deixa o filho na casa dos avós, tios e quem sabe lá quem mais durante semanas?
Diálogo com alguém assim tem como existir? Dê-me a fórmula mágica para isso que eu seguirei...
E quando é o pai que não consegue separar as coisas? Estou separada há um ano, vivemos a 300 quilometros. Por causa da distância sempre facilitei as visitas do meu filho ao pai, que tem várias folgas do trabalho. O meu filho falta ao jardim de infância para poder estar com o pai, que eu considero vital para o crescimento dele. Fomos nós os dois que nos separámos, não eles. Até agora tudo correu bem, até que a relação nova que o meu ex-marido teve com uma pessoa nova acabou. Quer voltar e isso para mim é impensável. Está agora a dizer que assim não pode ser, que o filho tem de ter os pais juntos. Eu afirmo que estamos separados há um ano e que estarmos juntos era um inferno par todos. Que o que acabou foi algo na vida dele. Para nós todos deve continuar tudo igual. Faz-me chantagem a dizer que o filho talvez esteja melhor com ele... diz-me isso agora, quando me chamou de mãe extraordinária que promovia em todos os níveis a relação do filho com o pai depois de separados. Agora que a relação dele acabou, já não pensa assim?... o que é que eu faço? Culpa-me a mim por não estarmos juntos, para fazer chantagem através do filho... O que irá acontecer? É impensável para mim voltar para ele.... vai usar o filho para se vingar... e os direitos do meu filho que até agora apesar de ter os pais separados sempre esteve feliz porque tinha os dois a darem-se bem? O que fazer quando o pai faz depender a harmonia entre filho e pais separados de estar bem emocionalmente ele próprio?... falam sempre das mães que alienam o pai da vida dos filhos... eu não fiz isso e acho horrível e agora corro o risco de ser o pai a fazer isso com a mãe... É horrível quando o ego das pessoas fala mais alto do que fazer o que é melhor para a cabeça dos filhos. Podem dizer: volta para o ex-marido e fica tudo bem... meu deus, o meu filho via os pais a discutirem a toda a hora; todos concordámos que o filho estava melhor agora até. E de repente o pai vÊ-se sozinho e acha que nada já funciona bem, tirando a harmonia que havia na separação a todos os níveis. Que horror, destes casos ninguém fala.
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