quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Em busca de Francisco

PAI VAI DE BICICLETA DE CAMPINAS A RECIFE PARA TENTAR CONVIVER COM O FILHO.


Gustavo Alves é  mais um pai que sofre com a prática da alienação parental por parte de sua ex-mulher, que o impede de ver o filho. Na sua luta, escolheu uma forma de protestar na qual pretende ir do sudeste ao Nordeste de bicicleta divulgando a luta contra esta mazela que é a alienação parental e, acima de tudo, demonstrando o imenso amor que tem por seu filho.

Acompanhe a saga deste pai no seu blog:



"A forma do protesto me parece ser fácil de escolher. Pretendo fazer minha mudança para Recife de bicicleta, partindo da minha casa em Campinas. Me parece uma atitude cheia de significados, pois ressalta a distância que meu filho está de mim depois que me foi tomado. Representa também o esforço necessário para conseguir algo que é um direito fundamental humano, o da família. Demonstra também o quão recorrente é esta situação, pois cada cidade pelo caminho, cada vilarejo, compartilha várias histórias semelhantes." _ Explica Gustavo


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

"Não acredito mais na Justiça terrena"

Mais um triste relato de um pai.

Minha decepção com essa nossa justiça terrena é muito grande. Vivi com uma mulher a 12 anos, tive uma filha linda, minha ex-mulher começou se envolver com uma suposta religião, onde o pai de santo ao jogar búzios, comunicou a   ela deveria ir embora de casa, que só assim sua vida iria melhorar.  Incrível que pareça, ela fez o que ele mandou.
        . Passando-se 5 anos de nossas vidas, as brigas se intensificaram, ela passou a trazer despachos com um enorme punhal prateado para dentro de casa. Passei a perceber, que ela ouvia vozes, onde essas vozes mandavam que ela enfiasse o punhal em mim.
        Passei a adoecer de 2002 até 2008. A ultima doença foi um fungo que vive nas fezes de morcego (Histoplasmose Pulmonar), instalada em meus pulmões onde quase fui a óbito.   
          Coloquei uma escuta  telefônica em minha linha telefônica, pude constatar as intenções de minha ex-esposa e seus familiares. Comuniquei a minha ex de seus objetivos, e após eu sair ao trabalho, ela foi embora com minha filha. Procurei ajuda em uma delegacia, e aí veio a minha primeira decepção, as funcionárias presentes (mulheres) fizeram de tudo para defender  a   minha ex.
         Procurei o conselho tutelar de ramos, onde os profissionais presentes tomaram ciência da escuta telefônica e as fotos de despachos em casa com um punhal enorme, onde os mesmos ficando assombrados com que ouviram e viram. Mandaram comparecer a minha ex, e não fizeram nada. Fui convocado pela  justiça a comparecer no fórum para pagamento de pensão alimentícia e fui tratado como um cachorro. A Juísa presente só estava preocupada com meu contra-cheque, quanto eu ganhava. Neste período, eu já estava a 3 meses sem ter qualquer contato com minha filha.
         Procurei um advogado, para pedido de guarda.  Foi  redigido a petição e colocado todas as provas, (escuta telefônica e fotos bizarras) e demos entrada ao processo. A Juíza analisou a petição e deu procedimento ao processo.
        Fui convocado pela justiça a uma entrevista com a assistente social, e a mesma tomou ciência da escuta telefônica e as fotos, e seu parecer final foi que a mãe ficasse com a criança. Fui convocado novamente pela justiça pela psicóloga para entrevista, a mesma tomou ciência  da escuta e ficou apavorada, e me disse que não tiraria a criança da guarda da mãe, porque ela poderia piorar.
         Hoje desisti da guarda de milha filha. Nesses 2 anos e meio minha ex, fez o que quis. Afastou a criança de mim e meus familiares com o apoio  desses profissionais. A minha ex tem problemas psiquiátricos. Infelismente, ainda existem profissionais com a mesma metodologia primitiva que 'TODA CRIANÇA TEM QUE FICAR COM A MÃE'.
Em momento algum, esses profissionais não pensaram no bem estar de minha filha.O pai para esses profissionais são pedófilos,vagabundos,violentos,só gostam de futebol e arrumar amante. Isso não serve para todos, ninguém é igual a ninguém. Em momento algum essas pessoas foram profissionais, foram verdadeiramente, mulheres defendendo mulheres. Foi uma grande DECEPÇÃO. Até hoje,esta louca manipula minha filha jogando a criança contra mim e meus familiares.
        Vamos ver com essa nova lei( alienação parental), se vão olhar verdadeiramente para os pequeninos, que sofrem sem saber porque!

Obrigado. Ricardo José


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

ENTERRO DE UM PAI

(Publicado primeiramente no Grupo de Discussão do site Pai Legal: http://www.pailegal.net/forum2/viewtopic.php?f=12&t=11059 )




Excelentíssima Senhora Juíza da "n" Vara da Família e das Sucessões da Comarca de Fraudelândia-SP,
Doutora Fulanena Beltraniero Ciclanice,

Confesso estar muito preocupado... Sim, tenho motivos para tanto! Afinal, é impressionante a forma como a "Justiça" desta tem sido tendenciosa e sempre favorável à "mãe" do meu filho, que tantos abusos e absurdos cometeu/comete.
Recentemente ela me enviou mensagens via celular. Em uma delas, disse: "Minha maior proteção é a sua insanidade. Eu fico tranqüila pois todos vêem a olho nu. Bjos."
Ela costuma se utilizar desse "argumento", alegando que "basta olhar para mim para saber que sou louco". Não duvido de que o Promotor da Vara da Infância e da Juventude, Dr. Beltranato Fulaneiro, que tentou levar-me totalmente ao descrédito durante uma audiência, somente dando razão à Fulana ("mãe" do meu filho), tenha se desmanchado ao vê-la "derramando-se em lágrimas" diante dele, em mais uma encenação teatral que só ela é capaz de conceber!
É, devo admitir... Realmente tem que ser muito "louco" para ter o tipo de vida que levo. Uma vida medíocre, tendo que me arrastar, sem nenhum dinheiro na mão e no banco, o limite do cheque especial estourado: não posso nem mesmo ir a um "fast food" pois se vou passar o cartão sai a mensagem: "Transação não autorizada." Tem que ser muito "insano", mesmo, para continuar trabalhando em outra cidade, dormindo em pulgueiros (motéis, os locais mais baratos), pagando pedágios, correndo riscos nas estradas... E a "mãe" do meu filho desejando ardentemente que eu morra em algum acidente rodoviário, pois assim ela ficaria para sempre com o dinheiro da pensão injusta e imoral que lhe foi garantida por Vossa Excelência, que tanto me humilhou em uma audiência de fachada, com cartas marcadas. Um circo especialmente armado para receber com grande “pompa” este palhaço!
Aproveitaram-se do fato de eu ser servidor público federal e estar em um momento de fragilidade emocional e financeira e resolveram esmagar-me impiedosamente, condenando-me a pagar uma pensão cujo valor ficou muito além da minha capacidade de pagamento. Tudo para beneficiar uma golpista, pessoa já afeita a tramóias, trapaças e fraudes! Tudo para garantir renda fácil para ela e para o seu outro filho, cujo pai nunca pagou pensão, vive foragido e não quer saber da cria nem viva nem morta. Enquanto isso, “vivo” miseravelmente, ao passo que a "mãe" do meu filho vive gastando em shoppings, passeando, viajando; compra carro novo de R$ 40 mil à vista, não paga aluguel, trabalha como "advogada", tem renda e tem recebido em média R$ 2.500,00 mensais a título de "pensão alimentícia". E a “Justiça” acata as alegações de “pobreza” dela, e assim ela pode ingressar infinitamente com ações judiciais gratuitamente... Interessante... Eu sinceramente não sabia que houve mudança nos parâmetros que definem a linha de pobreza! Quanto ao valor da pensão, comprovadamente não se destina integralmente ao meu filho, mas serve apenas como subterfúgio para garantir o luxo da favorecida pela "Justiça" e a manutenção de seu outro filho. O meu filho vive em um ambiente inóspito, caótico e perigoso, sem segurança, o que põe em risco sua integridade física e psicológica. A "Justiça" local tem ignorado fatos gravíssimos, fazendo vista grossa e beneficiando pessoas de comprovada má índole, preferindo (inexplicavelmente) prejudicar-me e ao meu filho.
Por que eu, que verdadeiramente me interesso pelo meu filho e quero o melhor para ele, sou severamente injustiçado e penalizado? Por que aquela “digníssima” mulher tem sido (repito: estranhamente) protegida e favorecida por parte da “Justiça” local? O que está havendo? Ela consegue ludibriar – se é que se trata de enganação, mesmo – esse pessoal do Poder Judiciário desta cidade e obtém vantagens e benefícios ad infinitum. É sempre a mesma coisa com juízes e promotores: sempre dão razão a tudo o que ela e as “amigas” dela dizem, mas nunca dão crédito às minhas palavras, descartando elementos importantes e evidências marcantes que depõem contra o caráter e a personalidade daquela sujeita. A coisa é tão descarada que se ela chegar a algum promotor ou juiz e “afirmar” que o indivíduo é um pé de alface, ele irá aceitar prontamente e certamente começará a sentir-se como tal!
Há coisas que, por mais que se tente “explicar”, simplesmente não têm sentido!
Neste momento (02:45 da madrugada de segunda-feira, 05 de abril de 2010), atravesso mais uma noite em uma nova seqüência de noites com insônia e encontro-me aqui, indignado, perguntando a mim mesmo o porquê de eu estar passando por tudo isso. Não me recordo de ter feito mal a outras pessoas, mesmo involuntariamente. Será que atirei pedras na cruz? Sem respostas, resolvi então elencar uma série de motivos para prestar agradecimentos a Vossa Excelência:
1 – obrigado por ter-me tratado como se eu fosse um marginal, um criminoso, humilhando-me diante de pessoas de extremo mau-caráter, ao passo que se portou de forma a acatar todas as “alegações” da leviana, exaltando assim a inversão de valores! Não sabia/sabe nada ao meu respeito, nada acerca da minha história de vida, e resolveu adotar uma postura arrogante, intimidadora e preconceituosa para tentar diminuir-me na frente das suas “colegas” de profissão.
2 – Obrigado por querer interferir na minha autonomia profissional, alegando que, por ser formado em Medicina, eu teria que necessariamente ter mais de um emprego.
3 – Obrigado pela comparação tosca e totalmente desnecessária, exagerada e desproporcional feita entre mim e o roqueiro Mick Jagger.
4 – Obrigado por ter tido uma considerável parcela de contribuição para a minha falência civil, determinando o pagamento de uma pensão alimentícia cujo valor era e é incompatível com a minha capacidade de pagamento, ignorando sumariamente o fato de que eu possuía/possuo uma única fonte de renda e que ninguém no mundo pode obrigar-me a ter mais de uma ocupação. Ademais, o que tem sido pago a título de “pensão alimentícia” daria muito para bem promover o sustento meu e do meu filho, caso vivêssemos juntos.
5 – Obrigado por ter ignorado minhas necessidades básicas de manutenção pessoal e sobrevivência, além de minhas despesas diversas, preferindo favorecer alguém que, como eu, também tem uma ocupação e aufere renda a partir de um trabalho; uma pessoa que não tem despesas com aluguel, como eu tenho; com parcela de financiamento de veículo, como eu tenho; entre outras coisas. Além disso, a dita cuja acabou de receber uma promoção no trabalho, sendo alçada à categoria de “gerente” da filial de Corruptópolis do escritório para o qual ela presta serviços. E disse que está ganhando mais agora.
6 – Obrigado por ter contribuído com o fato de eu ter me desfeito do meu carro por impossibilidade de continuar pagando as prestações alusivas ao financiamento, tendo-o devolvido após “acordo amigável” com o banco e tendo que retornar a pé desde o final da Avenida São Paulo até o início da Washington Luiz, cansado e abatido, em um dia ensolarado e de calor intenso. Quanto ao “meu” automóvel atual, um Gol 2005 de segunda mão, está com duas parcelas do financiamento em atraso. Neste mês também não terei condições de pagar o aluguel do apartamento onde resido.
7 – Obrigado por acreditar que é “normal” uma criança pequena, ainda bebê, ser maltratada, agredida fisicamente por um moleque hiperativo e violento que tem quase o triplo do tamanho do neném! E também por considerar “normal” o comportamento irracional de uma criatura que não tem dignidade para ostentar o título de “mãe”.
8 – Obrigado por proteger, apoiar, valorizar e favorecer uma pessoa com passado conturbado e presente desonesto, uma usuária de drogas (maconha e medicamentos com ação no Sistema Nervoso Central), psicologicamente desequilibrada, problemática; pobre cultural, intelectual e moralmente; amante da noite e da vida vadia, vagabunda e fácil; irresponsável; pessoa desprovida de escrúpulos, manipuladora, simuladora, sem-vergonha, canalha, perversa. Vossa Excelência tomou conhecimento do escândalo que ela fez em uma repartição pública federal, constrangendo o público, os vigilantes e os servidores ali presentes? Por acaso Vossa Excelência também soube o que ela fez em um shopping center da cidade? Não? Simplesmente chegou agredindo verbalmente uma mulher desconhecida, enquanto me dizia: “Você só consegue arrumar mulher como essa aí, velha, na menopausa, que não pode mais ter filhos.” Imagine-se Vossa Excelência no lugar daquela senhora, que é da mesma faixa etária de Vossa Excelência. Imagine-se trabalhando no atendimento a clientes e conversando normalmente com um cliente ou amigo, e de repente aparece uma figura espalhafatosa, agressiva, inoportuna, escandalosa, mal educada, grosseira, e despeja diante de Vossa Excelência palavras terríveis, ofensas, promovendo baixarias e constrangendo Vossa Excelência e a pessoa com quem conversava... E o “louco”, depois de tudo, sou eu? Em um mundo injusto, aqueles que clamam por justiça são chamados de loucos!
9 – Obrigado por facilitar a vida de gente como ela e contribuir para que eu fosse explorado, massacrado, severamente injustiçado e perseguido!
10 – Obrigado, finalmente, por arruinar meus planos de desenvolvimento pessoal e profissional, esmigalhar minhas aspirações quanto a ter uma vida digna e decente e junto do meu filho, evaporar meus sonhos e aniquilar meus ideais...
Sinta-se feliz e realizada! Vossa Excelência parece ter obtido êxito em suas pretensões. E viva a ética e a “Justiça”! Exalte-se a exploração dos mais simples, fracos e humildes! Levante-se a bandeira da discriminação, do preconceito e – por que não? – do racismo! É tão fácil bater em cachorro morto... Alegrem-se, Vossa Excelência, a “mãe” do meu filho e quem mais resolver aliar-se a vocês para comemorar a queda e a ruína deste Zé Ninguém, o otário que vocês elegeram para o papel de bode expiatório! Regozijem-se por negar a uma criança a possibilidade de um futuro com uma vida saudável e plena!
Como diria o Boris: “Isso é uma VERGONHA!”
Sem mais, despeço-me cordialmente e “suplico” a Vossa Excelência que seja mais humilde, humana, coerente, sensata, transparente, correta; menos preconceituosa, agressiva, intolerante; por fim, que seja efetivamente mais justa em suas avaliações e decisões, evitando cometer abusos e erros que resultarão inexoravelmente no ocaso de vidas de outros cidadãos. Homens como eu, que em um momento de fraqueza tornam-se presas fáceis para a maldade inerente a determinadas pessoas detentoras de cargos que lhes conferem certo status, vantagens e, principalmente, poder para interferir de forma trágica e até mesmo com requintes de crueldade nas vidas de outras pessoas.
Vossa Excelência não tem nenhum motivo para temer-me. Eu não sou ninguém, não sou violento, não faço mal a uma mosca. Não me envolvo em brigas e confusões, não interajo com pessoas de má procedência. Infelizmente escândalos e baixarias tiveram início em minha vida a partir dos meus trinta anos de idade, quando um abutre pousou sobre a minha cabeça! Não sou nenhum bandido, filho de bandido, parente de bandido, amigo de bandido. Mas Vossa Excelência sabe bem quem é! Somente espero que tenha discernimento para não se sentir “ofendida” ou “ultrajada” com as minhas palavras. Na verdade o maior ofendido e humilhado sou eu! E, se um dia eu for vítima de mais abusos, como a expedição de um mandado de prisão injusta contra mim, então terei a certeza de que realmente é o fim da linha e minha vida de fato não terá mais o menor sentido...
“Parabéns” à nobre “Justiça” e a muitos dos seus “sensatos” membros! Em vez de combater e punir os bandidos, acolhe-os sob suas asas e favorece-os à custa da desgraça de cidadãos decentes. Persegue e arruína as vidas de homens íntegros! Que belo país é este! Tenho apenas uma palavra para expressar minha sensação diante desse lixo todo: nojo!

Fraudelândia, 05 de abril de 2010.

Atenciosamente,

domingo, 12 de setembro de 2010

Programa "Entre aspas" da Globo News debate nova lei contra Alienação Parental

Falsa denúncia de abuso sexual deve ser punida com reversão de guarda, diz a Dra. Maria Berenice Dias.

Ex-desembargadora e atualmente advogada, A Dra. Maria Berenice Dias diz que a forma mais grave de alienação parental, a falsa denúncia de abuso sexual, deve ser punida com a reversão da guarda da criança.

Confira o programa completo:

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Matéria DIÁRIO DE S. PAULO: Quando filhos são moeda de troca


Cônjuge que manipular filho com intenção de afastá-lo do pai ou da mãe pode até perder a guarda da criança na Justiça


Por Cristina Christiano e Dani Costa

Na novela "Escrito nas Estrelas", da Globo, o médico Guilherme (personagem de Marcelo Faria), cansado de ver a ex-mulher, Judite (Carolina Kasting), jogar os filhos contra ele para pressioná-lo a voltar para casa, ameaça pedir à Justiça a guarda das crianças. E ouve dela: "Você não pode fazer isso".

Na vida real, a partir de agora, atitudes como a de Judite podem trazer consequências desagradáveis para si própria. Pela nova lei da alienação parental,  o cônjuge responsável pelos filhos que manipulá-los contra ex-parceiro ou parceira pode sofrer desde advertência judicial e pagamento de multa até perda definitiva da guarda.
"A lei está muito bem feita, porque permite ao juiz, ao perceber que pode estar acontecendo alienação parental, tomar uma atitude imediata, independentemente do resultado de ações penal ou de responsabilidade civil", observa o advogado Rolf Madaleno, presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFan).

Segundo o advogado, casos de alienação parental sempre existiram e são frequentes. Mas já vinham sendo combatidos por tribunais de São Paulo e do Rio Grande do Sul, embora os juízes ainda tivessem dúvidas sobre como proceder.

A psicóloga Leonice Gonçalves Martins, da Associação de Pais e Mães Separados (Apase), diz que a maioria dos casos de alienação parental são praticados por mulheres e podem causar sérios problemas psicológicos aos filhos, principalmente na fase adulta.
"Esperamos que sejam atitudes inconscientes, porque não queremos acreditar que alguém seja capaz de prejudicar os filhos conscientemente", diz Leonice.

Segundo ela, na maioria das vezes a criança é usada como moeda de troca. "Deixar os filhos no meio de uma guerra entre as pessoas que eles amam é cruel. É como matar da memória deles a imagem do pai ou da mãe que ainda vive."

ABUSO SEXUAL
O designer gráfico Nilson Falcão, fundador da ONG Pais por Justiça, luta há sete anos para ter o direito de ver o filho. "Só pude conhecê-lo quando já estava com 2 anos. Foi terrível, pois era um completo estranho para ele. Aos poucos, consegui direito de visitá-lo, mas logo a mãe encontrou uma maneira de me afastar de novo: inventou que eu abusava sexualmente do meu filho", diz Nilson, com voz embargada. Segundo ele, a distância causa cada vez mais confusão na cabeça da criança.
"Estou provando que sofri falsa acusação e sei que ainda vou conseguir recuperar a convivência com o meu filho. Com a lei, a mãe pode perder a guarda e, por isso, acredito que agora ela vai ponderar mais", diz.
O advogado Rolf Madaleno afirma que falsas acusações para afastar o ex da vida dos filhos também são frequentes.

Multa tem que pesar no bolso para fazer refletir
O advogado Rolf Madaleno (foto) explica como funciona a lei. Para ele, o valor da multa por alienação parental é dado pelo juiz. Deve ser alto para forçar o cônjuge a refletir.

Não há necessidade de fazer boletim de ocorrência
A suspeita da prática do crime deve ser comunicada diretamente ao juiz de família.
Cuidados para identificar falsa denúncia de crime
Para impedir que um cônjuge denuncie o outro apenas como vingança, o juiz determinará que a criança seja submetida a exames psicológicos para avaliar a gravidade de seu estado.

Sequelas podem aparecer inclusive na fase adulta
Uma criança que sofre alienação parental tem muitos danos psicológicos, inclusive quando adulta. É ansiosa, tem baixa autoestima, sofre depressão e pode chegar até ao suicídio.


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domingo, 5 de setembro de 2010

O NOVO PAI


PAI QUE TROCA FRALDA JÁ É COISA DO PASSADO. HOJE, ESPERA-SE QUE OS HOMENS FAÇAM CADA VEZ MAIS PELOS FILHOS. SERÁ QUE ELES SE SENTEM 
PRESSIONADOS? FOMOS SABER A OPINIÃO DELES
POR PAUL SCOTT / TRADUÇÃO E REPORTAGEM DE SAMANTHA MELO, FILHA DE SANDRA E TIÃO
Muitos homens de hoje são o que eu chamo de “os novos novos”, ou seja, nem os pais que ficam em casa nem os que trabalham fora e sustentam a casa, mas, sim, homens que trabalham um pouco e são pais no resto do tempo. Esses, provavelmente, gastam uma boa quantidade de tempo se preocupando se estão desempenhando bem a paternidade. Veja a minha situação: minha mulher estudou mais, tem pós-graduação e tudo o mais, ganha bem e tem uma carreira estável. Eu ganho menos do que ela, mas tenho um trabalho flexível e instável. Então, na maioria dos dias, tenho de bancar o malabarista: sirvo o cereal, checo se está tudo bem com o carro, e garanto a minha parte do orçamento. Mas eu não sou nada de especial: de acordo com o censo americano, uma em cada quatro crianças em idade pré-escolar passa mais tempo com o pai do que com as mães.

Preciso arranjar tempo para o trabalho, e isso significa que boa parte dos contatos do meu iPhone são de babysitters. Por experiência própria, sei que não é fácil. Depois que eu consegui deixar tudo em ordem com as crianças, e finalmente achei o caminho para a minha mesa, meu cérebro ainda leva um tempo para trocar a marcha. Será que eu lembrei de descongelar os peitos de frango? Por que minha filha comeu a pasta de dente do irmão? Será que não é perigoso? Isso é normal? Eu disse à babá “nada de televisão até as 16h”? A última vez que eu chamei aquela babysitter para uma tarde, minha filha de 6 anos estava feliz porque tinha visto George, O Curioso, em seguida, Martha Fala, então Garota Supersábia. Que ótimo.

"As expectativas sobre os pais têm aumentado", diz Stephanie Coontz, diretora de pesquisa e educação pública de um conselho sobre famílias contemporâneas. "Mas, ao mesmo tempo, esses novos pais demonstram ter menos conflitos trabalho-família do que as mulheres, o que é uma inversão interessante."

A maioria dos homens na minha situação querem um casamento em que ambos os parceiros possam falar sobre seus respectivos trabalhos no fim do dia. "O lar mantido com dois salários, em que cada parceiro contribui de forma igual, é o que 80% das mulheres e mais de dois terços dos homens gostariam de criar”, diz Kathleen Gerson, professora de sociologia da Universidade de Nova York. E a maioria desses novos pais quer botar a mão na massa no que diz respeito à criação dos filhos. "Os pais de hoje ainda baseiam boa parte de sua identidade e auto-estima no trabalho. No entanto, eles também são muito mais determinados a se envolver na vida de seus filhos", explica o psicólogo Joshua Coleman. “Eles recusam-se a abrir mão de uma coisa pela outra".

Está cada vez mais evidente que os homens estão interessados em cuidar de seus filhos. As razões para isso são amplas e incluem a crise econômica e a vontade de aproveitar melhor esse período da vida que passa muito rápido.

Essas expectativas provocaram uma ampla gama de sentimentos nos homens, que vão do orgulho à irritação. Mas as expectativas aumentaram também em relação a obter participação ativa na educação e se devotar mais a uma carreira da qual nunca se é demitido: a de pai.

Menos estudo, menos renda

Para entender como a paternidade mudou, é preciso olhar para a ascensão profissional das mulheres. Hoje, 28% de todas as mulheres americanas entre 30 e 44 anos têm nível educacional superior aos dos maridos, enquanto apenas 19% dos maridos têm mais educação do que suas esposas. Os restantes 53% têm o mesmo nível de educação que o parceiro. Em 2008, as mulheres receberam 57% de todos os graus de bacharel e 51% de todos os doutorados. No Brasil, 59,9% das mulheres possuem 11 anos ou mais de estudo contra 51,9% dos homens.

As mulheres ascenderam academicamente por causa do colapso no mercado de trabalho que atingiu as carreiras predominantemente masculinas. De 2008 a 2009, a taxa de desemprego aumentou 83% entre os homens de 25 anos ou mais, em comparação com 57% entre as mulheres de 25 anos ou mais. Como resultado, um em cada cinco homens com idades entre 25 e 54 anos estão desempregados desde dezembro de 2009. Essa é a mais elevada taxa de desemprego masculino nos Estados Unidos desde 1948.

O fim da ajudinha?

Os homens têm participado mais da criação dos filhos, mas ainda estão muito aquém das mulheres em relação às tarefas da casa. Um estudo recente do Journal of Family Issues descobriu que os maridos gastam 23 horas por semana em tarefas domésticas em comparação com as 42 horas gastas pelas mulheres. "Trabalho doméstico" foi definido como limpar a casa, preparar refeições, lavar a louça, lavar e passar roupas, fazer compras e pagar as contas, entre outros.

Mas nem tudo está perdido. "As mulheres acreditam que os maridos são preguiçosos, mas, desde 1960, os homens dobraram a participação nos trabalhos domésticos", diz o Dr. Coleman. Para ele, os pais até participariam mais. Se as mulheres deixassem. "Muitas mulheres têm padrões elevados de como as coisas deveriam ser feitas, o que pode tornar os homens menos motivados." É o velho e bom “deixa que eu faço, porque você não faz direito”, reconhece? E depois as mulheres reclamam que estão sobrecarregadas...

E, se ele realmente não faz nada direito, dá pra aprender. Na Itália já existe um curso de tarefas domésticas feito especialmente para homens. A ideia é ensinar homens solteiros, viúvos ou separados a cozinhar, fazer faxina, passar roupa... E por que não ensinar pais e cuidar da casa e dos filhos?

Um pai especialmente motivado, Klint Ragsdale, descobriu que o seu álcool em gel é ótimo para tirar manchas das roupas de suas filhas. E descobrir novos tiradores de mancha não é seu único talento: ele é conhecido por saber esculpir abóboras. "Eu costumava ser o chefe da família. Depois, nos tornamos iguais, e agora ela me ultrapassou, então meu ego tem sido escavado lentamente", ri Ragsdale, pai de gêmeas de 6 anos que trabalha meio-período. A situação deles se reduziu a uma questão de títulos acadêmicos. "Ela tem um mestrado e eu, não.” Em um dia típico, Ragsdale começa dando café da manhã para as meninas, vestindo-as, e colocando-as no ônibus. Então ele faz todas as tarefas da casa antes de vender carros o resto da tarde. "Seria mais fácil ficar com os filhos em tempo integral", diz ele. "Mas preciso de um emprego para manter minha auto-estima. Cuidar das crianças durante todo o dia não faz muito bem para o ego." Pois é, agora eles entendem...

Ficar em casa não é fácil

Isso é o que as mulheres desde Amélia, a mulher de verdade, têm dito. Mas os pais de hoje são mais como Ben George, professor e editor da coleção de ensaios The Book of Dads (O Livro dos Pais). Por três anos, ele passou em casa dois dias por semana com sua filha pequena, quando ela tinha entre 3 meses e 3 anos. Mas acabou sentindo necessidade de fazer algo da sua vida fora de casa. "Quando eu estava em casa com minha filha, realmente apreciei testemunhar parte de todas as mudanças em sua vida", diz ele. "Mas, ao mesmo tempo, sabia que eu não era só um pai. Ser pai não me define totalmente."

Alguns pais sentem falta da satisfação de poder trazer o cheque pra casa. O professor Steve Kabacj costumava ficar em casa com seus filhos quando eles tinham 3 e 6 anos, mas o arranjo começou a lhe fazer mal. "Adorava sair com as crianças", lembra. "Mas eu tinha acabado de completar 40 anos, e sem nada acontecendo na minha carreira, praticamente entrei em depressão depois de um tempo. Não contribuir em nada para as finanças da nossa família era desconfortável para mim. Penso naquele tempo com carinho, mas também lembro que eu era deprimido demais."

Muitos pais continuam a trabalhar muito mais horas do que eles gostariam, infelizmente. "Tanto homens quanto mulheres prefeririam trabalhar menos. Quando perguntamos se abririam mão da renda a mais para ter tempo com a família, a maioria disse que sim”, diz o Dr. Gerson. “O problema é que eles temem que, se diminuírem o ritmo, serão malvistos pelo chefe".

A coisa ainda é tão feia que esse pai não quis nem se identificar. Pai de uma menina de 5 anos de idade e de um menino de 2 anos, ele trabalha com finanças em Nova York, em um trabalho que exige que ele saia da casa 7h30 da manhã e não volte até meia-noite ou 1h, na maioria dos dias. Ele calcula que trabalha de 80 a 100 horas por semana, em média, e diz que entre isso e as viagens de negócios, ele quase não participa dos cuidados diários de seus filhos. Toma café da manhã com os seus pequenos e o resto é um "talvez". "O único momento real que eu posso ajudar é nos finais de semana, e que muitas vezes é interrompido pelo trabalho. Seria bom levar meus filhos para a escola e estar mais envolvido”, diz ele. "Só de estar em casa para jantar durante a semana, seria ótimo." Quando ele pensa sobre pais que podem, por exemplo, levar seus filhos para uma consulta médica durante o dia, ele diz que fica feliz por eles. Mas nem sequer imagina como sejam suas vidas.

Pais Modernos, expectativas antigas

"Eu acho que este é um novo dilema", diz Coontz. "Em todas as histórias que escutei ao longo dos anos, eu nunca ouvi os homens de gerações mais velhas relatarem o tipo de conflito que hoje os homens vivem, com dúvidas sobre suas escolhas”.

Com tantas expectativas conflitantes sobre a paternidade e o trabalho, eles sempre se voltam para o dilema no cuidado da criança. Espera-se que os pais façam mais em casa, estejam mais envolvidos com seus filhos e ainda ganhem a vida – tudo isso em uma sociedade em que os cuidados da criança são frequentemente assunto delicado. "Vivemos uma era sem precedentes, em que o desejo de compartilhar e o igualitarismo são altos. Mas se os casais estão tão divididos entre o trabalho e o cuidado das crianças, isso cria uma tensão. Seria bom para nós se pudéssemos ver isso não como um problema de casal, mas como um problema social. Precisamos dar mais espaço para mães e pais na sociedade.” Alterar uma realidade desse tipo leva tempo, é claro. Até então, os pais, como mães, terão que se acostumar com esse dilema. Não vou mentir - seria ótimo acordar cada manhã em um mundo onde as pessoas agem como adultos, o pagamento é bom e meu trabalho me dá status. Mas a vida como ela é tem suas vantagens. Ontem, entre as atribuições da escrita, eu tive de segurar a mão da minha filha e falar sobre os ursos polares, enquanto o médico lhe dava uma injeção. Então, eu a abracei enquanto ela chorava. Longa vida ao novo pai.

Pai em números
Nos Estados Unidos, 1 em cada 4 crianças em idade pré-escolar passa mais tempo com o pai do que com a mãe
28% de todas as mulheres americanas entre 30 e 44 anos têm nível educacional superior aos dos maridos
1 em cada 5 homens americanos com idades entre 25 e 54 anos estão desempregados desde dezembro de 2009
Os maridos gastam 23 horas por semana em tarefas domésticas em comparação com as 42 horas gastas pelas mulheres
O índice de pais que entram na Justiça com pedido de guarda dos filhos no Brasil aumentou de 5% para 25% em cinco anos
Na Suécia, a licença paternidade é de no mínimo 2 meses e no máximo 13 meses
Na Islândia, a licença é dividida em 3 meses para o pai, 3 meses para a mãe e 3 meses para o casal dividir como quiser.